Interaja Comigo

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Os Símbolos do Ceará

A Bandeira: Instituído oficialmente pelo presidente do Estado Justiniano de Serpa, em 1922, o pavilhão cearense é constituído de um retângulo verde e o losango amarelo da bandeira nacional, tendo ao centro um círculo branco e no meio deste o escudo do Ceará. Em 1967, a Lei 8889, de 31 de agosto, sancionada pelo então governador Plácio Aderaldo Castelo dizia, em seu artigo 2º:...serão observadas na bandeira as seguintes proporções: a altura corresponderá a 14m; a largura a 20m; os vértices do losango estarão a 1,7m dos lados do retângulo; o raio do círculo corresponderá a 3,5m a distância da parte superior e da inferior das armas, em relação ao círculo corresponderá a 1m; e os flancos, também em relação ao círculo, 2m.Com a adoção desses requisitos heráldicos, o Estado do Ceará ganhava a sua bandeira definitiva.

As Armas: Na fase republicana, o presidente do Estado, Nogueira Acióli, tomou a iniciativa de mandar desenhar um símbolo heráldico, cuja medida foi consolidada por meio do Decreto nº 393, de 11 de setembro de 1897. Nesta versão pioneira, as armas do Ceará eram representadas por um escudo e sobre este um antigo forte. Completando o desenho, uma elipse atravessada por uma zona em sentido oblíquo, da esquerda para a direita, e semeada de estrelas simbolizando os diferentes municípios do Estado; no centro do escudo, tem-se a enseada e o farol do Mucuripe, e mais o debuxo de um pássaro à direita. Todos esses elementos figurativos cercados por ramos de fumo e algodão.

Por sugestão do historiador Raimundo Girão, primeiro secretário da Cultura do Estado, no governo Plácido Aderaldo Castelo, este símbolo foi redefinido (artigo 3º da Lei 8889, de 31 de dezembro de 1967: As armas do Estado do Ceará serão representadas por um escudo polônio como o campo verde, fendido, sendo o primeiro semeado de estrelas, cosido: e o segundo, carregado de um pássaro de cor branca. Sobre o todo um escudo oval com a enseada do Mucuripe, uma jangada no mar e uma palmeira na praia, iluminados por um sol nascente, tudo de sua cor. Como timbre, uma fortaleza antiga, de ouro, aberta de negro.

A Carnaúba: O decreto de nº 27.413, de 30 de março de 2004, instituiu a carnaubeira como árvore símbolo do Ceará. Com isso, o Governo do Estado reconhece oficialmente o valor histórico, cultural , econômico e paisagístico dessa espécie tão comum na região nordestina, bem como nos estados do Pará, Tocantins e Goiás. Em seu segundo artigo, o decreto determina que “ficam, a derrubada e o corte da árvore Carnaúba condicionados à autorização dos órgãos e entidades estaduais competentes”.

O Hino do Ceará: O Hino do Ceará teve sua primeira execução em 31 de julho de 1903, quando se comemorava o tricentenário da chegada da expedição portuguesa liderada por Pero Coelho de Sousa em nosso Estado. A letra do hino é do poeta, contista, romancista Thomaz Lopes; e a composição musical é do pianista, regente, professor e compositor Alberto Nepomuceno.

Segundo referência feita por José Liberal de Castro (no livro “Alberto Nepomuceno e o Ceará”, 1995), “o hino cearense nasceu a partir de decisão tomada por intelectuais cearenses, quando resolveram festejar solenemente o tricentenário da fundação do Ceará, assim considerada pela vinda dos primeiros portugueses ao nosso território, tendo à frente Pero Coelho de Sousa, ocorrida em 31 de Julho de 1603, o marco cronológico mais antigo da história cearense”.

Ainda de acordo com o relato de José Liberal de Castro, o Barão de Studart, presidente da comissão organizadora dos festejos, pediu a Alberto Nepomuceno que compusesse o Hino do Ceará, cuja execução figuraria como evento triunfal das comemorações. Ao enviar-lhe a partitura musical, mandou-lhe acompanhada de carta dirigida ao Barão de Studart, publicada no jornal de Fortaleza, então em circulação, “A República”, edição de 29 de Julho de 1903, com tópicos a seguir reproduzidos:

“Com esta, segue copia do hymno, lettra e música, e verá que meu intuito foi escrever um hymno para o povo e para as escolas.
Em primeiro logar, é minha opinião que a acceitação por um povo de um canto commemorativo de fatos históricos ou que symbolize aspirações de raças e regimes, depende de um dado momento histórico. Em segundo logar, um canto nestas condições será acceito, ainda quando a educação artística do povo for outra que não a do nosso, ou quando a ethnologia tenha fornecido ao artista compositor os elementos de tal ordem, que o povo acceite o canto como um producto seu.”

Com letra de Thomaz Pompeu Ferreira Lopes, orquestração e regência do maestro Zacharias Gondim, o Hino do Ceará foi executado pela primeira vez no dia 31 de julho de 1903, por um coro de alunas da Escola Normal de Fortaleza e acompanhado pela Banda do Batalhão de Segurança Pública do Ceará, em sessão solene realizada na Assembléia Legislativa do Ceará, presidida pelo Presidente do Estado, Dr. Pedro Augusto Borges.

Hino do Estado do Ceará
LETRA : THOMAZ LOPES
MÚSICA: ALBERTO NEPOMUCEMO

Ouça o Hino do Ceará :
1. Versão Vocal
2. Versão Instrumental/Vocal

Veja as Partituras:
1. Canto
2. Canto / Piano

3. Banda

Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que a tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha - esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de pratas rolem das estrelas...
E despertando, deslumbrada ao vê-las,
Ressoe a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos.

Seja o teu verbo a voz do coração,
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada
Que importa que teu barco seja um nada,
Na vastidão do oceano
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em messes, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem do solo em rumorosas festas!

Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldando diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas
E foi na paz, da cor das hóstias brancas

Fonte: http://www.secult.ce.gov.br/

Nenhum comentário: